terça-feira, 8 de abril de 2014

Casa do Norte, mais um achado no parque São George!

Tenho a impressão de que hoje poucos Granjeiros conhecem e frequentam o Parque São George. Ele é o bairro mais simples, com casas mais populares, o ‘primo pobre’ de uma Granja que tem fama de lugar chique.
Há muitos anos, antes de aparecer o Shopping, tantos centros comerciais e lojas de conveniência por todos os lados, o Parque São George era uma das únicas opções de comércio por aqui. Era o bairro da feira, da granja (granja de galinha mesmo, onde a gente comprava frango vivo e via torcer o pescoço do coitadinho), do sapateiro, do açougue do Nilson, do despachante, da única padaria, do bazar, do mercadinho. Acho que por isso, por ir lá desde pequena, eu gosto tanto do Parque São George. Para mim, não é a Granja pobre, como muitos falam, mas é a Granja com cara de interior, de cidade pequena, onde todo mundo ainda se conhece, onde não tem existem frescuras, onde as crianças empinam pipa e jogam futebol na rua.
Eu não me imagino sem o comércio de lá! O Bazar da Tereza é fundamental, quem não precisa de fita, botões, tecidos? A Cadú Presentes também, com todo tipo de lembrancinhas e bugigangas, uma mini 25 de março. Ao lado, uma loja que tem todo tipo de descartáveis. A bicicletaria do Guilherme é ótima, ele é muito legal, trabalha bem e tem um preço ótimo. O sapateiro continua lá, só mudou de ponto, mas ainda parece sapateiro e não uma boutique de arrumar sapatos. Os melhores farmacêuticos que eu conheço estão lá, o Cido e o Jair, os únicos que sabem o que é berne, como matar piolho ou como fazer curativo em mordida de cachorro. A Natalie, que faz bolos maravilhosos abriu sua loja, a Choconati, na “rua da feira”. A Dna. Lourdes dos salgadinhos mora lá. A adega da Bete também é lá, o único lugar que vende cerveja de garrafa gelada às 2hs da manhã... e tantos outros!
E o mais legal é que, por mais que você conheça, sempre aparece uma novidade. A minha mais recente descoberta foi a CASA DO NORTE, que fica bem em frente a padaria Micheli (antiga Paraty). Sempre passava, via aquele lugar e ficava com vontade de entrar, até que precisei de um doce diferente e resolvi xeretar. ADOREI!
A história é interessante. O dono é o ‘Baiano da Granja’, aquele que vendia melancia gelada no Posto Bem Te Vi em 1989.  O ponto ficou caro ele veio para o Parque São George. Abriu uma barraca de frutas, algum tempo depois passou a vender sarapatel, acarajé e outros produtos nordestinos. Desde 2012 transformou a ‘barraca do norte’ na CASA DO NORTE, um lugar que tem um pouco de tudo do Norte e do Nordeste do Brasil. É uma mistura de Mercadão Central com uma feira de Caruaru.
São mais de 700 itens, a maioria difícil de achar por aí: tem sarapatel, mocotó, carne seca, requeijão baiano, queijo coalho e meia cura, farinha de tapioca, rapadura, manteiga da roça, cocadas, bananadas, um monte de cachaças, de temperos, de pimentas e até rapé! Tem também algum artesanato, cestas e utensílios bem típicos.
É tudo muito limpo, organizado e o atendimento é excelente. Os funcionários estão sempre uniformizados, são simpáticos, explicam tudo que você quiser saber com a maior boa vontade e, para melhorar, o preço é justíssimo.
Conversei com o Baiano e ele me contou que acabou de ganhar o título de Cidadão Cotiano. Ele está todo orgulhoso e tem razão pra isso. Hoje é dono também do restaurante Cozinha Baiana, que fica na mesma rua. Eu ainda não conheço, mas já fiquei com vontade experimentar o tal acarajé!

E antes que eu esqueça, o doce diferente que acabei comprando foi o quebra queixo, que é uma cocada mais mole, meio puxa...gulodice pura, mas uma delícia!